quinta-feira, 12 de dezembro de 2013

A frustração da criança e do jovem é uma dor de cabeça para os pais!

Perante um mundo super-estimulado como nunca o foi na sua história, os pais ficam ultrapassados com as exigências das crianças e dos jovens. Quem é que não fica confuso perante uma criança agitada, hiperativa, exigente, “alérgica” à frustração que impõe os seus desejos com uma imposição impressionantemente desconcertante?

Esta evolução da sociedade implica um apoio necessário aos pais para obterem as “ferramentas” necessárias para guiar e conter as crianças e os jovens, para não baixarem os braços ou incutirem maltratos psicológicos desnecessários. Certos pais interpretam estas atitudes dos filhos como se fossem uma autonomia. Na verdade, assemelha-se mais a uma vontade irresistível de dominar tudo e todos, destabilizando o desenvolvimento psíquico e relacional saudável da criança e do jovem. Por outro lado, outros pais preocupam-se, esgotam-se e culpabilizam-se, o que também não é favorável para ninguém. Donde vêm estas formas de lidar diferentes por parte dos pais?

É preciso notar que muitos pais não querem repetir as injunções, as obrigações, o autoritarismo da geração anterior que eles próprios viveram enquanto criança. Também é verdade que não é necessário repetir isso. Em nome do amor ou do respeito pela criança tentam atenuar o que interpretam como um sofrimento na criança. Querem ser um bom amigo dela e tentam racionalizá-la. Esperam que a criança entenda e aprove com um sorriso. Só que esta lógica do discurso, de procura de empatia, é pouco eficaz. Pensa-se que porque sou o teu amigo é normal que haja reciprocidade. Que ajas comigo da mesma forma. Porém, a criança ainda não desenvolveu suficientemente as estruturas mentais para tal. Explicar-lhe racionalmente as coisas ou tentar entrar em relacionamento de amizade com ela não é pertinente, porque a criança, também debaixo da influência da emoção, não ouve nada nem tem acesso à lógica. Este procedimento, com boas intenções, incute na criança a desvalorização da autoridade paternal. O que pode originar surpreendentemente um futuro jovem que sabe amar e consciente deste valor, com uma aceitável autoestima, mas com uma fraca autoconfiança que o conduz a ter muitas dificuldades em enfrentar os obstáculos da vida.

Gerir a frustração aprende-se tal como o andar, o falar, a leitura e a escrita. A criança precisa de ser guiada e rodeada de adultos preparados para que isso aconteça. É uma prova já bastante difícil para a criança e não vale a pena acrescentar-lhe gritos, brutalidade, humilhações ou castigos. Cai-se no outro extremo, o do sofrimento, que leva a um futuro jovem adulto ressentido, vingativo, egocêntrico ou amargo perante a vida.

Qualquer adulto pode perder as estribeiras perante uma crise insuportável duma criança ou dum jovem, inclinado para a violência física ou psicológica. A criança tem a capacidade de tolerar um limite, de ouvir um “não” que desencadeia a frustração nela. Mas quando ela suporta mais daquilo que é necessário, que vai além da sua capacidade de suportar, aí sim está-se a suscitar sofrimento nela. Nestas condições, será conveniente afastar-se mais da criança/jovem e deixar esta tarefa para um outro adulto, próximo da criança, melhor preparado ou pedir apoio para conseguir da melhor forma ajudar a criança ou o jovem a desenvolver a capacidade de gestão da frustração.

De qualquer forma, mimar, amar, estimular, desejar o melhor e proteger a criança é algo natural, mas quando se idólatra a criança, quando ela vive num contexto onde tudo é orientado para ela sem se lhe fazer entender a realidade, quando o seu bem-estar é sempre mais importante que os sentimentos dos outros, participa-se numa construção de poder na criança dificilmente controlável. Este futuro adulto vai encarar o mundo apenas como um meio para satisfazer o seu prazer. Vai desenvolver atitudes cada vez mais patológicas (que pode ir de uma ira irracional a uma angústia perante qualquer adversidade), de tirania e de sufocação emocional sobre os outros. Tornam-se indivíduos com tendência a ocuparem postos ou posições de poder.


A frustração é uma emoção que, popular e erradamente, se compara como se fosse um sofrimento. É, de facto, desagradável e, ao mesmo tempo, fundamental para se conseguir projetar no futuro, para se não ficar preso na procura do prazer imediato. Logo que esse prazer seja desfrutado segue-se a insatisfação. Entra-se num ciclo de interna insatisfação. Dificilmente, se desenvolvem as estruturas mentais necessárias para o sentimento de gratidão, de querer retribuir ao outro o seu bem-estar numa sociedade saudável.

quarta-feira, 20 de março de 2013



As Emoções no Bebé e na Criança
Ter uma perspectiva sã das emoções desde a tenra idade para que elas não sejam julgadas de boas ou de más, de positivas ou de negativas…, mas para que sejam encaradas como emoções, e todas elas saudáveis, pode evitar futuros mal-estares. 

Por que razão?
- Porque as emoções são imprevisíveis, fulgurantes, instantâneas e, muitas das vezes, perturbam-nos.
- Para que a criança não fique bloqueada, complexada e amadureça com as suas experiências emocionais sem prejudicar ninguém.
- Para que a criança esteja melhor preparada para enfrentar a vida e estabeleça futuras relações satisfatórias com os outros.
- Quantos adultos não existem com problemas a nível emocional?
- Para ultrapassar preconceitos culturais sobre as emoções que fomentam mal-estares inúteis (quais são as consequências no rapaz quando se diz “os rapazes não choram” e na rapariga quando se diz “as raparigas não se zangam”).  
- E, por muitas outras razões, clique também no site:
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